GT 1: Estudos Queer
Os estudos queer (termo aberto a múltiplas traduções e apropriações) datam
da década de 80 do século passado e surgiram em ruptura com pressupostos
dos estudos e ativismos lésbicos e gays. Principalmente: a crítica, em nível
teórico, do binário hetero/homo para compreender as relações sociais e
dinâmicas das sexualidades; e o questionamento, em nível dos movimentos
sociais, da estratégia assimilacionista de normalização das homossexualidades
(pessoas lésbicas/gays seriam iguais e tão normais quanto as pessoas
heterossexuais). De lá pra cá, estudos e ativismos queer têm buscado
compreender processos de normalização e abjeção social, bem como visibilizar
subjetividades e experiências que, em outros contextos, ou não são dignas de
estudo ou são estudadas sob o signo da anormalidade. Este GT tem por
objetivo reunir estudos multidisciplinares que critiquem a heteronormatividade
e/ou focalizem experiências identitárias, desejos e práticas sexuais estudados
sob um olhar queer, tais como: pessoas que se identificam como
homossexuais, transexuais, travestis, heteropassivos, pan-, omni- e bissexuais,
poliamoristas, assexuadxs; praticantes de “pegging”, fetiches, "ménages à
trois", orgias, relações não-monogâmicas; heterossexualidades não-
heteronormativas; sexualidades e envelhecimento; etc. Entendemos que esse
campo de estudos se alimenta de um questionamento permanente de toda
tentativa de reduzir o social e o sexual a uma norma única.
O objetivo deste GT é reunir estudos e pesquisas que trabalham com produções de
gênero e suas interelações com a mídia e a utilização das novas tecnologias, nos seus
diferentes contextos. Gênero se refere a multiplicidade de ações performáticas que
rompem com as matrizes identitárias tradicionais. Envolvem a pluralidade de
expressões de subjetividades, rompendo com uma perspectiva de uma estrutura
universal. Nos propomos a dialogar com a compreensão de gênero, nas suas múltiplas
performances, que são visibilizadas através das mais diversas produções audiovisuais e
no uso redes sociais. Destacamos a forma como tais processo articulam limites e
atravessamentos, construções e desconstruções dentro da lógica heteronormativa.
GT 3: Gênero e Educação
Este Grupo de Trabalho concentra as produções que objetivam refletir sobre as
experiências de ensino, práticas docentes, pesquisas e ações de extensão que envolvam
as categorias gênero/sexualidade. Evidenciamos a interdisciplinaridade acerca dos
debates das categorias nos espaços educacionais, sejam formais ou não. Acolheremos
trabalhos resultantes de pesquisas (em andamento ou concluídas) e relatos de
experiências. Entendemos que o debate sobre gênero/sexualidade em Educação no
Estado do Maranhão precisa ser ampliado e sistematizando enquanto rede de
pesquisadores/as, nesse sentido o GT encontra-se como uma iniciativa de contato e
troca de experiências entre pesquisadores/as possibilitando diálogos futuros para o
fortalecimento das pesquisas e debates em nosso Estado.
GT 4: Marcadores da diferença social
Este Grupo Temático tem como objetivo reunir pesquisas que estejam buscando a
reflexão em torno dos marcadores sociais da diferença (gênero, raça, classe,
sexualidade, geração, entre outros) para pensar a produção de experiências de sujeito e
de grupos sociais variados. A perspectiva das interseccionalidades como proposta neste
grupo temático é aquela que parte da compreensão de que as categorias de articulação
da diferença não são distintos reinos isolados entre si, mas existem em relação entre si e
através dessa relação, em modos contraditórios e conflituosos (Mcclintock, 2010),
operando de forma em que a experiência torna-se lugar de formação do sujeito e espaço
discursivo onde posições de sujeito e subjetividades diferentes e diferenciais são
inscritas, em oposição à ideia de um “sujeito da experiência” já previamente constituído
(Brah, 2006). Nesse sentido, convidamos estudantes, pesquisadoras/es, ativistas a
apresentarem seus trabalhos nas múltiplas direções abertas pela perspectiva
interseccional.
GT 5: Gênero e violência
As violências engendradas nas relações desiguais de poder que revestem os discursos e
práticas referentes às diferenças sexuais, produzindo posições sujeito hierarquizadas e
disciplinadas quanto ao gênero, mormente no tocante à vulnerabilidade histórica a que
estão submetidos os grupos que subvertem os padrões falocêntricos e heteronormativos
na produção da feminilidade e da masculinidade dominantes, serão objeto de discussão
e análise nesse Grupo de Trabalho. As diversas formas de violência se inserem entre os
dispositivos de poder que normatizam o gênero e encontram-se imbricadas aos
discursos que as legitimam e reproduzem, tanto a partir de enfrentamentos e ações
violentas, quanto de práticas excludentes calcadas e espraiadas em diferentes
instituições sociais. As normas e discursos que produzem e atravessam os sujeitos
generificados e as violências impostas preferencialmente contra aqueles que ocupam
posições subversivas e/ou subalternizadas apoiam-se reciprocamente. A proposta desse
GT é concentrar os trabalhos em que são discutidas, pensadas e analisadas violências
físicas, psicológicas, morais, patrimoniais, sexuais, de caráter estrutural, institucional,
cultural e/ou simbólico, que constroem, invisibilizam e conformam identidades, sem
descurar do fato de que as posições sujeito forjadas no gênero se interseccionam aos
demais marcadores sociais. Na perspectiva de problematizar identidades essencializadas
e fundacionais, tem-se por objetivo abordar as formas que as práticas e discursos
violentos recaem sobre diferentes categorias contingencial e historicamente engendradas
quanto ao gênero, tais como mulheres, homens, heterossexuais, homossexuais,
transgêneros, travestis, drag queens, dentre outras, reconhecendo a existência de dizeres
e performances plurais, concorrentes e desigualmente compreendidos em nossa cultura.
GT 6: Gênero e literatura
Muitas produções acadêmicas nas áreas da Crítica e dos Estudos Literários têm sido
influenciadas pelas Estudos de Gênero. Estes trabalhos têm analisado os elementos que
são mobilizados para a produção da distinção de sujeitos em polos como
masculino/feminino, ou à regulamentação de expressões da sexualidade. Eles partem da
premissa de que o Gênero, juntamente com as assimetrias que ele impõe, é produzido
histórico e socialmente (SCOTT, 2005) e constantemente atualizado em discursos
formulados por instituições como a igreja, a medicina e o direito com o objetivo de
naturalizá-lo (BUTLER, 2003).Nesse sentido, este GT receberá propostas de trabalho
que analisem: A produção/delimitação do gênero em textos literários; O resgate da obra
de escritoras e/ou o questionamento sobre a ausência delas em instituições ou nos
cânones literários;Os impactos dos estudos de gênero na Crítica Literária e nos Estudos
Literários, entre outros.