I Seminário de Gênero, Memória e Identidade (GENI): Simone de
Beauvoir, contribuições e releituras pretende promover a integração de
professores/as e orientandos/as de iniciação científica, pós-graduação,
bem como de pesquisadores/as da comunidade acadêmica cujos trabalhos se
inserem no campo dos estudos de gênero. Tal evento, com a temática
centrada no pensamento de Simone de Beauvoir, pretende abarcar a
diversidade de reflexões desenvolvidas atualmente acerca desses estudos e
suas implicações com as ciências humanas e sociais, na perspectiva de
inserção no debate local e nacional.
Em abril de 2016,
completam-se 30 anos da morte de Simone de Beauvoir, cujo pensamento
influenciou fortemente o despertar e a consolidação de uma área de
conhecimento conhecida como estudos de gênero. Os feminismos do século
XX e início do século XXI devem muito às discussões iniciadas por ela
nas décadas de 1940/50, reconhecendo na produção continuada, a partir de
então, a atualidade de seu pensamento.
Beauvoir tem seus
escritos constantemente resgatados e reinterpretados, a partir de várias
disciplinas das áreas de Ciências Humanas e Sociais, especialmente
Filosofia, Sociologia, Artes e Literatura. Sua figura paira no
imaginário social como apanágio de liberdade e emancipação feminina e
seus escritos são constantemente estudados em inúmeros grupos de estudos
e pesquisas espalhados pelo país. Em função da importância das suas
reflexões, sua memória tem sido resgatada e homenageada com frequência ao longo das últimas décadas.
Nesse
sentido, Simone de Beauvoir é considerada uma autora clássica.Seu
pensamento continua pautando muitas discussões atuais. Sua obra
desenvolveu-se basicamente em três direções, compreendendo romances,
memórias e ensaios. O ensaio intitulado O segundo sexo, de 1949, é a
obra que consagrou Beauvoir em relação aos estudos de gênero, alçada a
uma grande referência no mencionado campo. A propalada frase “Não se
nasce mulher, torna-se”, demarca a separação inaugural das reflexões que
dividem os domínios natureza (sexo) e cultura (gênero), postulado que
seria problematizado por estudiosos/as posteriores a Beauvoir.
Historicamente, essa obra abriu um debate sobre sexualidade, marcando a
emergência de um novo feminismo, então embrionário, mais voltado aos
aspectos culturais, na medida em que afirma que as diferenças sexuais
não são biologicamente determinadas, mas socialmente construídas. A
compreensão do que se entende “naturalmente” por mulher (e também por
homem) é, na concepção da autora, uma elaboração cultural construída ao
longo da história.