terça-feira, 12 de abril de 2016

I Seminário de Gênero, Memória e Identidade (GENI): Simone de Beauvoir, Contribuições e Releituras

I Seminário de Gênero, Memória e Identidade (GENI): Simone de Beauvoir, contribuições e releituras pretende promover a integração de professores/as e orientandos/as de iniciação científica, pós-graduação, bem como de pesquisadores/as da comunidade acadêmica cujos trabalhos se inserem no campo dos estudos de gênero. Tal evento, com a temática centrada no pensamento de Simone de Beauvoir, pretende abarcar a diversidade de reflexões desenvolvidas atualmente acerca desses estudos e suas implicações com as ciências humanas e sociais, na perspectiva de inserção no debate local e nacional.
Em abril de 2016, completam-se 30 anos da morte de Simone de Beauvoir, cujo pensamento influenciou fortemente o despertar e a consolidação de uma área de conhecimento conhecida como estudos de gênero. Os feminismos do século XX e início do século XXI devem muito às discussões iniciadas por ela nas décadas de 1940/50, reconhecendo na produção continuada, a partir de então, a atualidade de seu pensamento.
Beauvoir tem seus escritos constantemente resgatados e reinterpretados, a partir de várias disciplinas das áreas de Ciências Humanas e Sociais, especialmente Filosofia, Sociologia, Artes e Literatura. Sua figura paira no imaginário social como apanágio de liberdade e emancipação feminina e seus escritos são constantemente estudados em inúmeros grupos de estudos e pesquisas espalhados pelo país. Em função da importância das suas
reflexões, sua memória tem sido resgatada e homenageada com frequência ao longo das últimas décadas.
Nesse sentido, Simone de Beauvoir é considerada uma autora clássica.Seu pensamento continua pautando muitas discussões atuais. Sua obra desenvolveu-se basicamente em três direções, compreendendo romances, memórias e ensaios. O ensaio intitulado O segundo sexo, de 1949, é a obra que consagrou Beauvoir em relação aos estudos de gênero, alçada a uma grande referência no mencionado campo. A propalada frase “Não se nasce mulher, torna-se”, demarca a separação inaugural das reflexões que dividem os domínios natureza (sexo) e cultura (gênero), postulado que seria problematizado por estudiosos/as posteriores a Beauvoir. Historicamente, essa obra abriu um debate sobre sexualidade, marcando a emergência de um novo feminismo, então embrionário, mais voltado aos aspectos culturais, na medida em que afirma que as diferenças sexuais não são biologicamente determinadas, mas socialmente construídas. A compreensão do que se entende “naturalmente” por mulher (e também por homem) é, na concepção da autora, uma elaboração cultural construída ao longo da história.